domingo, 1 de agosto de 2010

Seus Olhos




Há alguns dias eu não os vejo, eles que, antes, despertavam vontades e arrancavam sorrisos, hoje são apenas cristais sem vida, aurora sem cor.
O brilho incandescente que emanava desses preciosos diamantes brutos era tão intenso ao ponto de me conduzir a um novo mundo, repleto de êxtase e súplicas intermináveis.
Até que eu os mutilei.
Revelei o que jamais poderia ter sido dito, condenei duas almas. E no final, já fracassada, derrubei o que ainda restava do inabalável castelo de cartas.
O semblante apreensivo ofuscou o castanho claro dos seus vivos contornos,
A cor que me trazia de volta à vida, hoje está morta. Imersa num tom de profunda melancolia,
A mão que pesou sobre o seu rosto foi a mesma que se abateu em minha consciência
E as palavras duras só aumentaram a dor e a culpa.
Da última vez que os vi, seus olhos estavam frios, distantes, eu simplesmente te perdi.

Um comentário:

  1. Muito bom, isso, de verdade! Você tem talento. Parabéns! E obrigado por seguir o Sangue e Solidão! :)

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Lacre o envelope, Cole o selo!