sábado, 23 de outubro de 2010

V de ...



Vingança!


          Em nome dos amores que não vingaram
E das lembranças esquecidas

Vingança!
Em nome das asas quebradas
E histórias sofridas

Sim, vingança!
A quem desistiu de lutar
E condenou duas vidas.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Impertinências



Já não sinto soar o timbre da voz,
E os devaneios que turvam as últimas memórias
Levaram os sonhos para outro endereço.
Não há mais promessas, dúvidas ou medos.
E nada é o que parece ser.
Eu sempre soube que esse dia chegaria,
Sei também que prometi tentar,
Prometi não chorar,
Mas desde que os sonhos se foram
Nada do que vivo faz sentido.
Você prometeu, lembra?
Disse que estaria comigo,
Que seria meu ponto de equilíbrio.
Era amor nos seus olhos, não?
Então, agora, eu te desafio;
A me encarar outra vez;
A olhar nos meus olhos
E dizer que não me ama.
É, isso está me matando por dentro
Mas eu, sim eu, sinto sua falta
E não sei lidar com isso.
Os olhos imponentes se perderam no silêncio,
As lágrimas secaram,
Você esqueceu.
Diga que estou errada,
Diga que isso é uma grande mentira.
E só depois me faça esquecer.
Apague as luzes
E me deixe sonhar de novo.
Só a sua voz rouca pode quebrar o silêncio.
Fique mais um pouco,
Espere eu adormecer.
E aí, então, se afaste
E me deixe só;
Mas não suma, não durma, não morra em mim.
Acorde, o sol já nasceu!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O Boteco




E o prato do dia é: Decepção;
Um pouco amarga, é verdade,
Mas é uma boa pedida
Se regada a doses de maldade.
Talvez os ébrios prefiram a tontura,
Os misantropos a solidão promocional.
E ainda que haja guerra entre os incultos,
Hoje, Decepção é meu prato principal.
Acompanhada por porções de falsidade,
A insignificância compensa a estupidez.
E por mais fartos que sejam os pedaços de sarcasmo,
Nada me faz pedir outra vez.
De sobremesa, uma tigela de ironia
E um copo quase quente de frieza.
Ponha tudo na conta,
Inclusive as doces balas de ensejo.
E quanto a gorjeta,
Terá sorte se conseguir trocar
[essas moedas de desprezo.