sábado, 7 de agosto de 2010

Possível Insanidade


Não quero limitar o que sinto
Condenar meu futuro às cinzas
Disfarçar quando está tão nítido
Ou simplesmente apagar as imagens.
Preciso da minha própria renúncia
Das lágrimas fatalmente subestimadas
Das possibilidades perdidas
Eu já não consigo suportar
Não quero mais ter cuidado.
Eu sonhei por muito tempo, não posso mais sonhar
E ainda assim não tenho medo
Só não sei controlar os impulsos
Mas quem pode escolher o que sonha?
Porque eu não pretendo esquecer meu refúgio interior
Sustentar modelos tradicionalistas
Satisfazer vontades de quem abomina mudanças
Mas o que eu estou esperando?
Um sinal apenas.
Pode parecer destruição de conduta
Falência de percepção
Ou até mesmo choques de comportamento
Mas é um erro ignorar
E mesmo que isso exija meu sacrifício
Devo encontrar o que me falta
É errado arriscar quando não se tem mais nada a perder?
Só não quero seguir evitando
Sofrer por improváveis realizações
E acreditar em sentimentos um tanto precipitados.
Porque preciso certificar minhas certezas?
Nada vale continuar insistir
Não se preocupe... Está tudo bem!
Agora nada pode ser pior, não mais.
Mas estou disposta a deixar você apesar de tudo
Permanecer sozinha, sangrando, morrendo por dentro
E colidir se necessário.
Se isso for o suficiente
Para que você se revigore
Eu sigo calada
Pisando em silêncio nas folhas secas.

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