domingo, 29 de agosto de 2010

It's Over Tonight


Existe um paraíso e um inferno?
E... Eu irei voltar?
Quem pode me dizer?
Agora eu posso ver
o que importa para mim.
Isso está tão claro quanto um cristal
Os lugares que estive,
as pessoas que vi,
os planos que fiz...
começaram a definhar.
O pôr dourado do sol,
Pelo qual eu gostaria de envelhecer,
Não é para ser.

E eu não posso acreditar
como eu tenho desperdiçado meu tempo.
Jem.

domingo, 22 de agosto de 2010

Mediocrisia





Um brinde à hipocrisia;
Um viva à mediocridade;
Saúdem todos os que fingem
E aqueles em que nas veias
[correm trivialidades.
Escondam a culpa;
Aumentem o medo;
Escrevam poesias
Deixando as palavras escorrerem
[entre os dedos.
Façam terrorismo;
Aplaudam quem sabe ser vulgar
Porque como um bom voyeur,
O sádico só tem que esperar.
Disseminem o ceticismo;
Anulem a estupidez;
Deformem a realidade
Para que todo se contamine
[outra vez.
Não insistam, nem discordem
Há sempre um motivo que justifique;
Causem mais dor
E então se sacrifiquem.
Não é apenas egoísmo;
Não é só apatia;
É simplesmente um brinde à mediocridade,
E um viva à hipocrisia.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Da percepção do abandono


“Ninguém vai te salvar estúpida.”
Não virão roubar sua dor e sofrimento
Um a um, todos se foram.
E nada mais vai te libertar, não mais.
Então porque insistir,
E continuar vivendo entre escombros?
Porque fingir bem estar,
Se nada está tão bem?
Pare de tentar ver o que não é real
E fantasiar bons momentos.
Pare você, de esperar que tudo se resolva
Diante de mãos desastradas.

domingo, 15 de agosto de 2010

A Dor Que Eu Causei

If I wanted to say to you
That I wanted to see your face again
If I wanted to hear you talkin'
Or to hear your sense of things
Or to call you up on a Sunday morning
In spite of all the damage I've done.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Flor de Elis



Brotou do concreto maciço
De onde a vida disse adeus,
Surgiu entre pedras e espinhos
E cuidou dos machucados que eram meus.
Foi a melhor parte
Do que hoje eu sou.
E também a maior lição
De como conduzir um amor;
Fraterno, sincero, único.
O amor de superar:
A perda, a dor e o medo.
Mas, e agora, pelo que lutar?
Se, hoje, as pétalas caem;
Se antes disso elas murcham;
Não é apenas a passagem dos ciclos,
Mas também dos momentos que mancham.
E embora a flor queira morrer,
Cair, esquecer, se esfacelar;
Ela vai continuar viva,
Pulsando aqui, em mim
Só enquanto eu respirar.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Pseudo Tudo



Compartilhar emoções e criar laços é se desarmar e cair de cabeça em uma escuridão.
Nunca quis me isolar muito menos apegar-me a pessoas, detalhes, palavras.
Ignorar tudo isso já não é possível.
Eu deveria impedir que você me libertasse?
Será que te encontraria em qualquer lugar?
Não cometa o mesmo erro que eu.
Porque eu me importaria se eles te magoarem?
De alguma maneira me importa mais do que se estiver magoando a mim mesma.
E eu sangro.
Por ter aberto feridas,
Por não ter sido lúcida,
Por usar do tom ácido ao invés de apenas respirar.
Mas eu sei a diferença entre eu e o meu reflexo.
Existem sinais de reconhecimento?
Habituar-se ao novo parece ser complicado,
Mas será mesmo que existe novo?
Pequenas, mínimas diferenças fazem essa [Im]possível distinção.
O modo frio de lidar com alguém é tão familiar que possui a mesma finalidade: Auto defesa.
O medo nos ronda e nos obriga a abrir mão do que geralmente julgamos ser importante
E embora a incerteza da verdadeira identidade venha à tona,
Teria eu medo de mim mesma?
Medo de quem sou?
Afinal, quem eu sou?
Uma projeção?
Aquele bendito (ou será maldito?) reflexo elaborado.
Com toda certeza uma solução em silêncio.
Mas por quê?
Porque mesmo quando não é a minha intenção ferir eu acabo ferindo?
Hábito?
Talvez.
Só agora percebi que quanto mais firo os que amo mais vou ferindo a mim mesma.
Parar de envenenar tudo e conter os soluços abafados podem cicatrizar aquilo que foi ferido.
Essa atmosfera carregada de significado afeta o interior e induz um interesse mais especial pelo que teoricamente existe, apesar de qualquer sofrimento.
Mas como distinguir o real do reflexo?
Sinto muito.
Estou tão viva e sigo ignorando, mas definitivamente eu me encontro em você.
Olho no espelho e te vejo.
Em breve, eu sei que você verá que também é igual a mim.
Será que o egoísmo de ficarmos à margem de tudo fará com que tudo isso desapareça?
Eu nunca pensei que diria isso, eu nunca pensei que haveria você.
Mas mesmo distantes, mesmo caladas nos encontramos nas profundidades, como as raízes.

domingo, 8 de agosto de 2010

Hipnose


Eu tenho que estar com você para viver, para respirar
E tudo o que eu sinto é esse momento
E tudo o que eu respiro é a sua vida.
Parecia inútil me afogar em você,
Eu poderia sofrer se soubesse
Mas foi o suficiente para que eu acordasse.
Eu não hesitarei mais
Não posso esperar, tenho certeza.
Você é o que mais me importa
É o mais próximo do céu de que eu poso alcançar
Finalmente me encontrei
E não pretendo voltar agora.
Eu só quero segurar seu corpo contra o meu
Não posso dizer não,
Essa é a ultima chance para sentir novamente.
Seria essa a vontade insana?
Uma hora eu deveria aceitar
Que você está absorvendo minha vitalidade,
Dando um novo sentido à minha vida
E tornando frequentes meus surtos de impaciência.
Eu quero me entregar completamente a essa hipnose
Nada vale continuar resistindo.
Apenas não me deixe cair no sono...
... Me sentindo vazia de novo.

sábado, 7 de agosto de 2010

AVC


Ainda sou eu quem te revigora?
É em mim que pensa quando está inteiramente só?
É claro, as coisas procedem normalmente.
Então pense no que fez
E em como tudo está se afundando.
Você teria a coragem de perceber o erro?
Às vezes, calo por me render
Tão exausta dessa luta desnecessária
Por continuar sendo essa criatura inútil que nem eu conheço
Que ainda permanece estagnada, com medo de perder a condução.
E, depois de todo o sangue derramado, da incerteza revelada
Apagar a mim mesma para começar tudo outra vez.
É a completa redenção!
Agora não há mais sangue, nem dúvidas
Cheguei fundo o bastante pra te desarmar.
Olhe mais perto,
Percebeu onde o choque se instala?
Não espere por um amanhã para dizer que ama
E querer tentar novamente
Já é tarde demais?
Afinal, depois de todo esse tempo o perdão pode não ser preciso;
A presença não ser esperada;
A carta não ser lida;
E o amor se tornar inútil.
Não espere por um amanhã para dizer que ama
E querer tentar novamente
É tarde demais!
E aconteça o que acontecer,
Hoje isso termina.

Possível Insanidade


Não quero limitar o que sinto
Condenar meu futuro às cinzas
Disfarçar quando está tão nítido
Ou simplesmente apagar as imagens.
Preciso da minha própria renúncia
Das lágrimas fatalmente subestimadas
Das possibilidades perdidas
Eu já não consigo suportar
Não quero mais ter cuidado.
Eu sonhei por muito tempo, não posso mais sonhar
E ainda assim não tenho medo
Só não sei controlar os impulsos
Mas quem pode escolher o que sonha?
Porque eu não pretendo esquecer meu refúgio interior
Sustentar modelos tradicionalistas
Satisfazer vontades de quem abomina mudanças
Mas o que eu estou esperando?
Um sinal apenas.
Pode parecer destruição de conduta
Falência de percepção
Ou até mesmo choques de comportamento
Mas é um erro ignorar
E mesmo que isso exija meu sacrifício
Devo encontrar o que me falta
É errado arriscar quando não se tem mais nada a perder?
Só não quero seguir evitando
Sofrer por improváveis realizações
E acreditar em sentimentos um tanto precipitados.
Porque preciso certificar minhas certezas?
Nada vale continuar insistir
Não se preocupe... Está tudo bem!
Agora nada pode ser pior, não mais.
Mas estou disposta a deixar você apesar de tudo
Permanecer sozinha, sangrando, morrendo por dentro
E colidir se necessário.
Se isso for o suficiente
Para que você se revigore
Eu sigo calada
Pisando em silêncio nas folhas secas.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Suspeitas Convictas



De repente no espelho projetou-se o delinear de uma expressão dolorida, os traços pareciam sombrios, o olhar gelado e ao mesmo tempo em chamas.
O sentimento que volta a sufocar substitui virtudes por mágoas, chegando a retroceder, às vezes, ao ponto de partida.
Enfim, tudo está ruim de novo.
Mas o sofrimento será mesmo necessário?
Como uma linha interrompida, uma vontade que desfalecia a cada passo mostrava a estúpida escolha de romper com tudo para recomeçar outra vida.
Decisões tão importantes que vão afinal acontecer.
Deveria doer te amar?
Romper alguns laços, mas sem ódio para que tudo se desenvolva sem violência pode amenizar o sofrimento. Já que hesitar tornou-se um vício.
Mas o que restou em você para amar?

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Excesso de Culpa

Vai tentar simular o controle, esconder o sofrimento, fingir a mudança
Mas nada disso te devolverá a paz, nada apagará a culpa
Nem mesmo o remorso é capaz de mudar o que foi feito
A dor que foi causada.
Esse é o preço que se paga por desviar-se do caminho:
Definhar a todo e cada amanhecer
E ver a decepção nos olhos, antes, admirados.
Apenas enterre as lembranças de um passado esquecido
E apague as novas expectativas.
Não é destruir,
É amenizar o sentimento de culpa,
É implorar por perdão
E acordar para morrer novamente.
Mas e se o erro for, na verdade, o melhor acerto
E tudo valer a pena?
Todas as palavras guardadas e promessas feitas morreram num olhar,
Num triste e infeliz adeus,
No maior dos sacrifícios.
Mas, ainda assim, elas podem ressurgir das cinzas
E fazer do adeus uma segunda chance..

domingo, 1 de agosto de 2010

Seus Olhos




Há alguns dias eu não os vejo, eles que, antes, despertavam vontades e arrancavam sorrisos, hoje são apenas cristais sem vida, aurora sem cor.
O brilho incandescente que emanava desses preciosos diamantes brutos era tão intenso ao ponto de me conduzir a um novo mundo, repleto de êxtase e súplicas intermináveis.
Até que eu os mutilei.
Revelei o que jamais poderia ter sido dito, condenei duas almas. E no final, já fracassada, derrubei o que ainda restava do inabalável castelo de cartas.
O semblante apreensivo ofuscou o castanho claro dos seus vivos contornos,
A cor que me trazia de volta à vida, hoje está morta. Imersa num tom de profunda melancolia,
A mão que pesou sobre o seu rosto foi a mesma que se abateu em minha consciência
E as palavras duras só aumentaram a dor e a culpa.
Da última vez que os vi, seus olhos estavam frios, distantes, eu simplesmente te perdi.