segunda-feira, 11 de julho de 2011

O sabor agridoce da nostalgia

Começa com carícias brandas e de leve seus dedos já estão contornando meus lábios. Como se os estivessem preparado para o beijo prometido. Sinto a respiração descompassada. O toque exigente. E depois de alguns suspiros arrancados abro os olhos e me perco em poucas letras, fórmulas e equações.
Sonhei com você novamente. Dessa vez, sobre um livro qualquer. Não posso negar, sinto sua falta. Uma falta diferente. Não dói. Não machuca. Mas falta.
Sinto o vento frio tocar minha pele e me imagino em seus braços, completamente aquecida. Invento lembranças. Reconstruo o real. Finjo que não fantasio. E fantasio. Secamente, engulo doces mentiras para suavizar o gosto amargo da saudade e do silêncio. Isso é autosabotagem, eu sei. Mas já não me assusta. Há mágoa demais para seguir em frente.
Ando calada. Perdida. Insone. Tenho sonhos negros. Alucinações desmedidas durante a noite. Um coquetel de prazer e sofrimento. Mas não se preocupe comigo. Ouvi dizer que a dor nos faz puros. Então não precisarei mentir quando sonhar com você outra vez: Sinto sua falta. Nada mudou. Ainda dói. Ainda machuca. E falta. Simplesmente falta.

4 comentários:

  1. Sua escrita transmite melhor os meus sentimentos do que as minhas palavras. Muito bom. Seguindo, obrigado por estar comigo no Entrelinhas de Vênus. :)

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  2. "Sonhei com você novamente. Dessa vez, sobre um livro qualquer. Não posso negar, sinto sua falta. Uma falta diferente. Não dói. Não machuca. Mas falta."

    Disse a minha realidade inteira em algumas frases, adorei!

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  3. A dor machuca e dilacera...e esses sentimentos estão vivos em seu texto. Por sinal, belíssimo texto ;)

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