Elas chegam lentas, inofensivas.
Forçando córneas, dilatando pupilas.
Querendo provar a maciez do rosto.
Querendo forjar o amargo do gosto.
Rolando em silêncio.
Inundando sem disfarçar.
Corroendo sentimentos.
Lavando sem nunca extirpar.
Mas, de repente, elas se negam.
Não caem.
Não limpam.
Não libertam.
E tudo o que as mantinham vivas desaparece:
A trilha do olhos aos lábios.
O líquido que faz jorrar.
E as memórias falhas que se esquecem.
Elas se foram.
Não voltam mais.
Elas secaram.
Não voltam atrás.
Mas, de repente, uma delas surgiu.
Escorreu devagar.
Não sangrou.
Não curou.
Não durou.
Era apenas água.
Era apenas mágoa.
Muito bom Laís, este soa como uma poesia, um estilo diferente seu mas mesmo assim ficou mt bom.
ResponderExcluirbelíssimo, hoje andei de ônibus e a chuva escorrendo pelo vidro me lembra lágrimas...
ResponderExcluirperfeito
"...era apenas água, era apenas mágoa." Incível.
ResponderExcluirMuito bom... Sou nova por aqui mas já posso dizer q adorei teu blog!
ResponderExcluirFiquei dias sem dar uma passada por aqui, e quando venho me deparo com isso! Me enterro em baixo de suas palavras! São maravilhosas! E apesar de um estilo diferente do costume, são tão claras, lívidas, fascinantes. Admira-me inteiramente.
ResponderExcluirSimplismente, fantástico!! Triste, mas fantástico!!! Li, senti e vivi o poema!
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